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Foto do escritorLucas Chiquetto

Dissonância cognitiva entre identidade e imagem. Você tem?

Atualizado: 6 de jun. de 2022


Começo este texto te fazendo uma pergunta para gerar reflexão mesmo, tá?! Você é o tipo de pessoa que não liga muito para o que os outros pensam a seu respeito? Vamos lá, use a sinceridade sem moderação. Bom, se você não liga, sugiro repensar sobre esse tema em sua vida. Sabe por quê? Quando falamos de marcas, estamos falando puramente de percepção. Marca é o ato ou efeito de marcar. É um traço, sinal ou, simplesmente, uma impressão deixada por algo ou alguém. E qual é a impressão que você está causando por meio dos "rastros" que você deixa por aí? Uso o termo “rastros” porque as pessoas fazem coisas que às vezes nem imaginam como isso vai impactá-las depois, seja um posicionamento político, a forma de se vestir, aquela foto que você postou nas redes sociais em que está "alegre demais". Tudo comunica algo para alguém. E esse alguém pode criar, em menos de 7 segundos, percepções a seu respeito que, para ele, se torna uma realidade de quem você é, o que pode ser bom ou ruim, dependendo do que você está comunicando.


Um óculos pode "dizer" que você é inteligente, mas também moderno ou antiquado. Um olhar insinua que você não gosta de uma pessoa e que está a fim de outra. Um sorriso bonito pode mostrar que você é higiênico ou vaidoso, e um dente faltando pode mostrar que você é descuidado ou sem condições de pagar um tratamento mesmo. A forma como você penteia os cabelos pode "contar" que você é descolado ou coxinha. Um aperto de mão um pouco mais frouxo, sem contato visual, pode mostrar às pessoas que você é uma pessoa insegura e triste. Isso sem abrir a boca para falar, tá, gente?! São milhares de conexões que fazemos em poucos segundos quando conhecemos alguém. Sabe aquela expressão: "a primeira imagem é a que fica?" Então, ela nunca foi tão verdadeira. Claro que dá para mudar isso, na segunda impressão, na terceira e assim por diante. Tudo depende dos sinais que você está emitindo e dos que quer emitir.


Dentro do branding existem dois termos muito importantes: identidade e imagem. A identidade é quem você é, de fato. É o que você tenta comunicar e materializar em sua identidade e marca em diferentes pontos de contato. E essa identidade você pode até tentar gerenciar e controlar, na medida do possível. Agora, quando falamos de imagem, que é o conjunto de impressões, percepções e opiniões que o público tem sobre você, não é possível controlar nem influenciar. É a "realidade" deles a seu respeito.

Se os outros o veem de uma forma diferente do que você deseja, a culpa não é deles, mas sua por estar dando os sinais errados. E é neste ponto que eu quero chegar, para falar um pouco sobre dissonância cognitiva entre identidade e imagem.


Dissonância cognitiva nada mais é do que falta de harmonia, uma discordância. É o espaço entre a nossa identidade, ou imagem que idealizamos, e a imagem percebida pela audiência. E essa discordância é ruim para a sua marca pessoal.


Uma marca, seja ela pessoal ou corporativa, precisa ser consistente e comunicar realmente quem ela é ou em que acredita/defende. Ou seja, aquilo que você está comunicando precisa ser percebido da mesma forma. Não adianta ter na parede valores encantadores, sendo que, na prática, todos sabem que não funcionam.


Mas calma! É possível dar um jeito, que é trabalhar, por meio do branding, para melhorar a imagem da sua marca, e, consequentemente, aumentar seu valor perante a audiência para tentar diminuir essa distância ou, simplesmente, equalizá-la. É tentar corrigir os sinais que estão sendo emitidos para diminuir a distância entre as duas imagens.


Um exercício muito legal e simples de fazer para entender melhor esse cenário é escrever num papel cinco palavras que você acha que as pessoas pensam a seu respeito depois de um cumprimento rápido num restaurante, por exemplo. Eles acham você uma pessoa legal, chata, dinâmica, pesada, comunicativa...? O que diriam a seu respeito? Vamos lá, anote tudo em um papel, sem julgar demais. Depois, peça para algumas pessoas, que podem ser colegas de trabalho, amigos e familiares, que convivem com você - e que são sinceras - para mandarem cinco palavras sobre o que elas acham a seu respeito, e compare. Você pode se surpreender, e muito, com as respostas. Tanto para o lado positivo quanto para o negativo. É importante estar aberto, mas o mais importante é refletir.


Se o feedback for pessoalmente, melhor ainda. Mas é importante saber ouvir, ok? É comum reagirmos às críticas do dia a dia com uma resposta na ponta da língua. Às vezes, em forma de justificativa, uma desculpa, uma reposta pouco amigável. O complicado de não estar aberto a um feedback é que acabamos fortalecendo uma visão muito egoísta, própria e que pode se torar uma grande distorção de realidade.


Às vezes, nossas maiores forças "de marca" estão naqueles pontos que não percebemos e que talvez nem anotaríamos no papel, dentre as palavras positivas a nosso respeito.


É vital ter clareza sobre sua marca e sobre quem você é para te levar para os caminhos que quer percorrer na vida. Porque se tem uma coisa muito triste é encontrar pessoas que não se conhecem, não sabem seu potencial e que vão para onde o vento levar. Querem ir para todos os lugares, mas acaba indo para lugar algum.


Autoconhecimento. Essa palavra libertadora precisa ser uma meta de vida de todos nós. É nos conhecendo, nos sentidos pessoal, profissional, espiritual e psicológico, que vai fazer com que sejamos assertivos na tomada de decisões. Quanto mais nos conhecemos, maiores são as chances de tirar proveito das experiências da vida, e todas elas nos farão crescer de alguma forma. Cada momento é uma nova forma de aprendizado, de entender mais sobre nossas reações, mecanismos de defesa e nossas atitudes perante o sucesso ou o fracasso.


A nossa marca, a nossa reputação, quem somos em essência é o que cada um de nós tem de mais valioso, e não podemos deixar de lado, simplesmente não ligando para que os outros pensam. A nossa marca pessoal e profissional são uma só. Não adianta sermos uma coisa com a nossa família e amigos e, no trabalho, sermos uma outra pessoa, porque uma hora a máscara cai. E a energia mental que precisamos ter para sustentar essa máscara perante os outros é muito grande para uma vida tão curta.


Se conheça, seja autêntico, mas saiba que tudo o que você está fazendo, vestindo e falando está comunicando algo para as pessoas. Tudo vai depender de você, que tem o controle do seu ativo mais importante, que é a sua marca, seja ela pessoal ou corporativa.


Não conte para as pessoas quem você é. Mostre. Deixe que elas percebam a sua real essência, por meio dos sinais que emite para o mundo. E tenha em mente que você não precisa ter a aprovação de ninguém para fazer nada na sua vida. Você é livre para fazer o que quiser. Mas nunca se esqueça que o que você fizer pode ser percebido de uma diferente de que você quer. E a realidade, para os outros, pode estar aí.



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